Votar pra quê? Abstenção no 1º turno foi semelhante no Brasil, Paraná e Foz do Iguaçu

Pelo jeito, seja por alguma dificuldade de fato ou motivos menos nobres, como preguiça ou descaso, muitos brasileiros não estão nem aí pra quem vai comandar o país nos próximos quatro anos.

Curiosa é a proximidade da proporção de eleitores que se abstiveram de votar para presidente tanto no total do Brasil, como no do Paraná e de Foz do Iguaçu.

Independentemente do resultado das urnas no primeiro turno, foi registrada pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE) a maior ausência de eleitores desde as eleições de 1998.

No Brasil, 20,89% ficaram em casa no último domingo, dia 2, o que representa 31.770.982 de votos que deixaram de ser depositados nas urnas. No Paraná, não compareceram 19,41% do total apto a votar, ou 1.651.892 eleitores; em Foz do Iguaçu, a abstenção foi de 19,11% (37.693 eleitores).

As abstenções superam em muito a soma dos votos obtidos por todos os demais candidatos na média brasileira, excluídos Bolsonaro e Lula, que ficou em apenas: 8,8% do total.

Dá a impressão que os candidatos do PL, Jair Bolsonaro, e José Inácio Lula da Silva, do PT, deveriam concentrar forças para tirar este pessoal de casa no próximo dia 30, segundo turno das eleições.

ABSTENÇÃO SÓ AUMENTOU

Mas lutar por esses votos ausentes não é fácil. Nas eleições de 2018 (Bolsonaro x Fernando Haddad), a abstenção foi de 20,32% do total, no primeiro turno, e subiu para 21,29% no segundo.

O que faz com que o eleitor brasileiro deixe de comparecer aos locais de votação? Devem existir mil causas e desculpas. Mas, entre elas, está certamente a dificuldade de se locomover, o que inclui falta de dinheiro pra pagar a passagem.

Isto vale pra Foz, onde o transporte público cobrou o custo normal da passagem. Mas em Curitiba, onde houve transporte público gratuito, a abstenção foi apenas ligeiramente mais baixa que em Foz (18,56%).

Na capital, avaliou-se que uma causa importante para abstenção foi o tamanho das filas em muitos locais de votação, o que desanimou os eleitores. O Tribunal Superior Eleitoral promete resolver este problema, sem contar que, no segundo turno, vota-se em apenas um candidato (a presidente) ou no máximo em dois (nos estados onde haverá disputa também para o governador).

Cabe aos candidatos tentar conquistar esses votos ausentes. No caso de Bolsonaro, no entanto, o interesse maior é que a abstenção aumente, pelo menos no Nordeste, já que o pessoal de sua campanha acredita que, quanto menos eleitores nordestinos forem votar, menos chances há para Lula, já que na região estão os maiores redutos eleitorais do ex-presidente e do PT.

COMO FOI A VOTAÇÃO

Só pra lembrar, o primeiro turno terminou, no Brasil, com 48,43% dos votos para Lula e 43,20% para Bolsonaro. Uma diferença que deixa muita margem para dúvida em quem vencerá no dia 30.

No Paraná, um dos estados onde Bolsonaro ganhou fácil (20 pontos de diferença), o presidente teve 55,26% dos votos (3.628.535), enquanto Lula teve 35,99% (2.363.335 votos).

Em Foz do Iguaçu, 60,88% (95.146 votos) para a Presidência foram para Bolsonaro, enquanto Lula foi a escolha de 32,47% dos eleitores (50.745 votos).

BOLSONARISMO x LULISMO

Três cidades paranaenses estão entre as onze mais bolsonaristas do Brasil: Nova Santa Rosa, onde o presidente teve 82,20% dos votos: Quatro Pontes, 80,32%; e Mercedes (78,78%).

Já o ex-presidente Lula teve a maior votação no Paraná em Pinhal de São Bento, no Sudoeste do Estado, onde alcançou 70,18% dos votos.

Em 259 municípios paranaenses, Bolsonaro foi vencedor. Lula ganhou em 140 municípios.

Curitiba, o maior colégio eleitoral do Estado, garantiu 55,26% dos votos para Bolsonaro e 31,42% para Lula.

Em Foz do Iguaçu, 60,88% dos votos para a Presidência (95.147 votos) foram para Bolsonaro, enquanto Lula foi a escolha de 32,47% dos eleitores (50.745 votos)

RESULTADO DESTE ANO NO PARANÁ

Veja o percentual de votos válidos obtido por cada um dos candidatos no Paraná, no primeiro turno das eleições:

Jair Bolsonaro (PL): 55,26% (3.628.535 votos)

Lula (PT): 35,99% (2.363.335 votos)

Simone Tebet (MDB): 4,72% (309.680 votos)

Ciro Gomes (PDT): 2,75% (180.597 votos)

Felipe d’Avila (Novo): 0,58% (37.983 votos)

Soraya Thronicke (União Brasil): 0,52% (34.124 votos)

Padre Kelmon (PTB): 0,08% (5.161 votos)

Sofia Manzano (PCB): 0,04% (2.744 votos)

Léo Péricles (UP): 0,03% (2.089 votos)

Vera (PSTU): 0,02% (1.170 votos)

Constituinte Eymael (DC): 0,02% (1.104 votos)

COMPARE COM 2018

Em 2018, o candidato Jair Bolsonaro obteve 56,89% dos votos dos paranaenses, enquanto Fernando Haddad ficou com 19,70%.

Em Curitiba, a diferença pró-Bolsonaro foi maior que a média paranaense, de 62,13% ante 9,28% para Haddad.

E Foz do Iguaçu foi ainda mais bolsonarista, mas garantiu um percentual de votos maior que o total do Paraná e de Curitiba para o segundo colocado: 70,30% para Bolsonaro, contra 29,70% para Fernando Haddad.

Pra concluir: se você não votou no primeiro turno, sacuda-se, pense bem e, no próximo dia 30, vá às urnas. Mostre que você pensa de fato no Brasil que você quer. Seja lá o que for este País que você imagina.

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